Carolina Sanches Celeste
Este estudo analisou os fatores sociodemográficos e de gestão em saúde associados à taxa de mortalidade de mulheres de 25 a 64 anos por câncer do colo do útero nas Unidades Federativas (UF’s) do Brasil, entre 2012 e 2021. Foram utilizados a Análise Exploratória de Dados Espaciais (AEDE) e o Modelo de Durbin Espacial (SDM) para painel de efeitos fixos. Os resultados indicaram desigualdades na evolução dessa taxa ao longo do tempo, com uma concentração maior na região Norte do país. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) Geral, a taxa de exames citopatológicos (ou exame de Papanicolau) e a taxa de cobertura de planos de saúde apresentaram efeitos negativos sobre a taxa de mortalidade por essa doença. Observou-se também um efeito de transbordamento espacial, em que a defasagem do IDHM Geral e os fatores de gestão em saúde das UF’s vizinhas impactaram a taxa de mortalidade local. Por outro lado, a densidade demográfica e a taxa de fecundidade total mostraram efeitos positivos sobre a variável de interesse. Concluiu-se que as desigualdades regionais apontam para a necessidade de estratégias de saúde pública adaptadas a cada região, com foco na ampliação do acesso a serviços de rastreamento e diagnóstico precoce, especialmente nas áreas mais vulneráveis. Além disso, enfatiza-se a importância de uma maior colaboração entre gestores do SUS, planos de saúde e secretarias de saúde municipais e estaduais para reduzir as diferenças no cuidado à saúde da mulher e diminuir a mortalidade por câncer do colo do útero.