Fortuna crítica
Palavras de crítica, por Newton Sampaio:
Outra literata também dificilmente elogiada é a Senhorita Nenê Macaggi, que, escrevendo contos, visa impor-se pela eloquência do tétrico, à guisa de um Hoffman de saias, mas de um Hoffman de quinta ou sétima ordem...
Essa contista Macaggi, por sinal, de vez em quando embarca para a terra de Emílio de Menezes, à procura de "paisagem" para as suas obras de ficção... Em desembarcando no Paraná, depois de várias notícias elogiosas nas folhas curitibanas, a Senhorita Nenê se esconde em qualquer lugarejo a pé do Morumbi, tira os linguados da valise, olha, olha, olha as montanhas, as nuvens, as árvores, e começa a produzir qualquer drama sangrento em que personagens morreram envenenadas, outras mergulham na loucura, terceiras amaldiçoam todos os deuses existentes e mais os por existir, e só não deblateram contra a autora por uma simples questão de gratidão... Afinal de contas, é a Senhorita Nenê a responsável única por seu aparecimento neste vale de lágrimas, o que aliás não acontece nunca sem repetidos estremecimento de tinteiro...
SAMPAIO, Newton. Uma visão literária dos anos 30. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 1979. p. 238-239.
ALMADA, Silvia Marques de. A questão do regionalismo em A mulher do garimpo, de Nenê Macaggi. 2015. 112 f. Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal de Roraima, Roraima, 2015. Disponível em: <http://www.bdtd.ufrr.br/tde_arquivos/5/TDE-2015-06-23T051019Z-239/Publico/SilviaMarquesAlmada.pdf>. Acesso em: 19 set. 2016.