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Fragmentos

“(...) Eu queria - e isso o que pedi com muito ardor – o ouro precioso e fino, o ouro genuíno de um grande e puro amor, mas trouxeste um amor de fantasia, um amor de latão, que andou rolando, passando de um a outro coração. Assim, portanto, o teu presente aqui te mando em devolução. Há de querê-lo, certo, muita gente, mas eu, Papai Noel velhinho e amigo, - não te zangues comigo – não quero nada de segunda mão. ”

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A vida é uma vitrina

 

A Vida é uma vitrina de tecidos. 
A gente, por instantes, 
fica de olhos perdidos 
na beleza das telas deslumbrantes. 
Depois, entra na loja e vai comprar. 
Caixeirinha gentil, a Ilusão 
vem vender ao balcão 
e não se cansa de mostrar, 
não se cansa 
de exibir delicados, 
rendilhados, 
leves panos de Sonho e de Esperança. 
As mãos tocam de leve 
na leveza das telas. 
Não vá o gesto, por mais breve, 
esgarçar uma delas! 
Todas tão lindas! Mas a que fascina 
não está ali na grande confusão 
das peças espalhadas no balcão. 
E a gente diz, 
num ar feliz: 
"Levo daquela rósea, muito fina, 
exposta na vitrina." 
Logo o Destino vem (da loja é o dono) 
e fala sobranceiro, com entono: 
"É artigo raro. 
Marca, padrão e cor: - Felicidade. 
É um artigo de alta qualidade 
o mais caro 
de todos os tecidos. 
São cortes especiais...e estão vendidos!"

E a gente vai comprar do áspero pano 
que se encontra na seção do Desengano.

 

(retirado do site: http://noblat.oglobo.globo.com/noticias/noticia/2008/11/a-vida-uma-vitrina-graciette-salmon-139550.html )

 

"Felicidade!... Quase sempre a temos
Perto de nós, bem junto ao coração.
Mas, crendo ao longe vê-la nos perdemos
Nos incertos caminhos da ilusão."

(retirados do site http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/felicidade/31902/)

 

Uma Cartinha Sua

Uma cartinha tua! Em minha mão,

como ave assustada, ela estremece,

qual se de dentro de si a mim trouxesse

palpitante, a fremir, teu coração.

Uma cartinha tua! Que emoção!

Ao meu redor tudo desaparece

e apenas tua imagem permanece

para meu culto e minha adoração!

Digo teu nome, como numa prece...

... não sei se é pranto que dos olhos desce,

... não sei se treme a carta ou minha mão.    (O que ficou do Sonho)

 

(retirado do blog http://soniaconsult.blogspot.com.br/2011/05/uma-cartinha-tua-graciette-salmon.html)

ACADEMIA DE LETRAS DOS CAMPOS GERAIS. Antologia. Ponta Grossa: Academia de Letras dos Campos Gerais, 2006.

INSÔNIA

Porque hão de falar seguidamente

contra as noites de insônia? Mas, porque?!

Eu, por mim, gosto de ficar velando:

enquanto as horas todas vão passando

eu penso, simplesmente, ùnicamente,

no que há de bom na vida –que é Você!

 

Síntese

 

Eu quis fazer uma poesia bonita

ou um soneto, ou mesmo um verso apenas,

que traduzisse toda esta ventura,

toda a alegria que de ti me vem.

 

... e só pude escrever –coisa esquisita –

duas palavras pequenas, tão pequenas!...

mas nelas, transbordante de ternura,

há todo o enlevo deste amor: MEU BEM !

 

QUANDO O AMOR É VENTURA

 

Para dizer a mágoa, funda e imensa,

que me causava a tua indiferença,

sempre a rima encontrei, tal qual a quiz.

 

Hoje, que o teu carinho me agasalha,

a idéia foge e, esquiva, a rima falha,

sem que eu possa dizer que sou feliz.

 

IMAGEM

 

Um pedaço de céu, que se emoldura

no retângulo claro da vidraça,

uma outra imagem para mim procura:

 

– Felicidade! – em minha vida, a espaços,

eu posso, como ao céu, vê-la que passa

sem conseguir prendê-la nos meus braços.

 

(Retirado da obra: O que ficou Do sonho)

ACADEMIA DE LETRAS DOS CAMPOS GERAIS. Antologia. Ponta Grossa: Academia de Letras dos Campos Gerais, 2006.